
Estava a espera do autocarro, e claro, cheirava a ganza.
Esmagadas latas de suco com borbulhas quedavam-se pelas escadas. Desviei pé ante pé subindo e agarrado ao corrimão, ao volante sem duvida um ex-campeao do Nascar, dada a velocidade a que iamos.
Chegado ao topo, apressei-me a sentar o rabo no assento pouco generoso de espaço. Com sorte não me iam calhar estudantes delinquentes ou a malta da metadona.
Cheira mal, pensei.
Dei por mim mais uma vez no telefone a ler opinanços de ditos entendidos, sabedoures e supostos poços de conhecimento. Oxala nao caia dentro dum.
Esperava-me uma viagem longa, agarrem-se e aqui vamos nós.
Perdi-me no olhar sereno de uma mãe. No autocarro somos todos iguais. Uns sentados uns em pé, mas mães há com fartura e com direito a meter o buggy com ou sem criança no canto reservado aos de cadeira de rodas, que raramente se vêm.
A cara é de um de deus, antigo mestre vivo do ranho.